Inês Marçal Pinto, natural de Castelo de Paiva e Hipnoterapeuta, resolveu em conjunto com uma amiga, criar uma associação em 2019. Devido à pandemia e pelo facto da sua amiga ser enfermeira, teve de abandonar este projeto, do qual, Inês não desistiu. Encontrou Vânia Pinto e juntas decidiram criar a Associação “Voar Sem Limites”, que contam com a ajuda de um conjunto de voluntários para que possam ajudar famílias carenciadas ou até mesmo instituições com aquilo que mais necessitarem.

DD- Qual o nome da vossa associação e como surgiu esse nome?

Inês Marçal – Associação Voar Sem Limites. O nosso objetivo principal sempre foi mostrar às pessoas que ajudamos, que não existem impossíveis e que podemos chegar onde quisermos. Inicialmente começou por se chamar Asas Para Voar e depois legalizamos como Voar sem Limites, porque acreditamos que não existem limites nos nossos sonhos.

DD- Quem são os responsáveis e quem organizou esta associação? 

IM- Inicialmente a Associação era apenas um projeto solidário que foi criado por mim, Inês Marçal e por uma amiga minha, em 2019. Contudo, como entramos em pandemia e ela era enfermeira, teve de fazer uma escolha e decidiu seguir o seu coração e servir o país na fase mais difícil que o nosso mundo viveu. Após a saída dela, escolhi a Vânia Pinto para ser o meu braço direito e iniciamos assim todo o processo de construção da associação. Atualmente, temos um grupo de cerca de 15 voluntários que vai sendo atualizado conforme as nossas necessidades.

DD- Qual é o intuito da vossa associação? 

IM- A nossa missão é dar apoio social, emocional e educativo a crianças em risco e suas respetivas famílias. Para além deste objetivo, temos o projeto Asas Para Voar que tem como objetivo realizar sonhos a crianças institucionalizadas e prestar voluntariado dentro das respetivas casas de acolhimento. 

DD- Se fosse hoje, escolhiam o mesmo nome?

IM- Sim, se fosse hoje escolhíamos exatamente o mesmo nome e o mesmo objetivo. Aquilo que sentimos é único. 

DD- Como funciona o processo de ajuda que vocês fazem e quem vos pode pedir ajuda?

IM- A nível de casas de acolhimento, recebemos o pedido de ajuda e tentamos sempre fazer uma visita. A nível de famílias geralmente enviam-nos mensagem, conversamos com um dos membros, preenchem uma ficha de dados e avaliamos a situação. 

Temos sempre a atenção de perceber as verdadeiras necessidades de quem nos procura, nomeadamente, famílias carenciadas com dificuldades monetárias.

DD-Como podem ajudar a associação?

IM- Através de donativos de género e alimentar ou através de donativo monetário. Também aceitamos voluntários, que sejam residentes de Castelo de Paiva e arredores e tenham disponibilidade para nos ajudar. Podem enviar email para associacaovoarsemlimites@gmail.com

DD- O que estão a planear de momento com a associação? 

IM- Neste momento, estamos com as inscrições abertas para o nosso novo projeto. Será uma sala de apoio ao estudo para crianças carenciadas. Agora em Setembro vão iniciar também as formações e os ateliers para toda a comunidade. 

DD- Quem já ajudaram e de que forma? 

IM- Nestes 3 anos de existências já ajudamos cerca de 15 instituições, fizemos o bootcamp em Cabo Verde e ainda temos as famílias locais que vamos ajudando.  Durante esta fase da Guerra, ajudamos também várias causas ligadas aos refugiados vindos da Ucrânia.

DD- De que forma pretendem melhorar? 

IM- Há sempre muito para aprender, mas existe um ponto muito importante a melhorar. Precisamos mesmo de pessoas comprometidas para nos ajudar. Sabemos que o trabalho de voluntariado não é pago, mas mesmo assim é importante para nós que haja um compromisso da parte de quem se junta a esta causa.

DD- Como trabalham as redes sociais da associação? 

IM- Neste momento as redes sociais são geridas por mim e temos uma voluntária a tratar do nosso site. 

DD- Sentem algumas dificuldades em manter a associação? E tiveram alguma ajuda na abertura da mesma?

IM- Claro que sim! Aproveito desde já para referir que a associação é mantida exclusivamente por nós voluntários através do nosso trabalho e donativos da população. Abrir a associação foi das tarefas mais desafiantes que tivemos, devido à falta de informação existente na nossa localidade. Após essa batalha, mais desafios chegaram até nós. Neste momento o espaço que temos é pago por nós e, portanto, temos de mensalmente dar o nosso máximo. 

Mesmo assim, temos de agradecer à Junta de Freguesia de Sobrado e Bairros que nos cedeu as primeiras instalações, ao gabinete Gigafácil por toda a ajuda nas questões burocráticas e ainda ao CAT – Crescer a Cores – que nos abriu as portas mal iniciamos este projeto. 

A nível de apoios externos contamos agora com o apoio do IPDJ (Instituto Português da Juventude) e anteriormente contamos com a ajuda do IKEA. 

DD- Qual o maior desafio que já tiveram? 

IM- Os desafios monetários e ajuda no espaço físico. Há sempre imenso trabalho na associação e por vezes é muito desafiante ter tudo organizado. Para além disso, estamos num mundo rodeado de associações e é difícil nos salientarmos no meio delas e sentimos muitas vezes que a população ainda não nos conhece o suficiente.

DD- Têm algum espaço aberto? Se sim, como funciona?

IM- Neste momento temos um espaço aberto em Castelo de Paiva que vai estando aberto diariamente, funcionando sempre por marcação.

DD- Vi que estão a realizar uma gala, qual o objetivo? De que forma estão a organizar e divulgar? 

IM- A Gala irá acontecer dia 17 de Setembro, em Castelo de Paiva, pelas 20h. Toda a comunidade poderá fazer a sua inscrição até dia 09 de Setembro. Terá muita animação e muitas surpresas. O objetivo deste evento é angariação de fundos para a aquisição de um veículo. Podem conhecer mais detalhes através das nossas redes sociais.  

DD- Quais os vossos planos para o futuro? 

IM- Neste momento, já temos umas instalações com todas as condições, mas continuamos a ter planos. Temos um projeto em mente que gostaríamos imenso de colocar em prática, mas que é muito exigente. Mas sabemos que se lutarmos, conseguimos. Contudo temos agora um objetivo muito importante que precisamos de alcançar: uma aquisição de um carro ou uma carrinha para suportar os nossos transportes diários.