Na tarde informativa do Porto Canal, no passado dia 10 de julho, e juntamente com o deputado Manuel Loff do PCP, o deputado do PSD Rui Vilar, natural de Arouca, comentou a atualidade política do país, nomeadamente o relatório preliminar da CPI à TAP, os últimos comentários proferidos pelo ministro da cultura Pedro Adão e Silva ao Parlamento e aos deputados, e também a exoneração do Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira.
O social democrata começou por referir que o que os portugueses assistiram no relatório preliminar de inquérito foi “um branqueamento político completo ao que aconteceu na comissão parlamentar de inquérito”.
“Há uma disparidade enorme entre o que aconteceu na CPI e as conclusões do relatório. No caso que referiu, relativo á ingerência política, como é que é possível que o relatório conclua que não há ingerência política na TAP quando temos vários casos relatados na comissão de inquérito que mostram essa ingerência, como o caso do email para alterar o voo do Sr. Presidente da República, a indeminização a Alexandra Reis que teve a validação do Ministro das Infraestruturas , no mediático caso da presença de um deputado do PS numa reunião com a administradora da TAP, e também no caso do secretário de estado que participou nas notas entregues à Assembleia da República, notas essas que tinham sido pedidas à TAP e não ao governo”, enumerou o deputado.
Ainda sobre o relatório da CPI lembrou que este iniciou devido à “saída da indeminização a Alexandra Reis”, e que assistimos à demissão de um ministro por causa disso, o que comprova uma “admissão de responsabilidade”. O que causa estranheza para Rui Vilar são as conclusões do relatório não concluírem que Pedro Nuno Santos “foi o responsável pela indeminização”. “Acho que este relatório não contribui para a dignidade da Assembleia da República, o que aconteceu foi um branqueamento político por parte do partido socialista na apresentação deste relatório preliminar.”
No que toca aos comentários que o ministro da cultura Pedro Adão e Silva fez aos deputados e ao Parlamento, Rui Vilar interpreta de duas formas, “se é uma questão de escrutino democrático acho preocupante que o Sr. ministro esteja incomodado com a ação da Assembleia da República que faz um trabalho de fiscalização da ação governativa”, confessou.
Falhas
Para finalizar o arouquense também afirma que o relatório não indica a quem foram atribuídas as outras três indeminizações, no valor de 8,5 milhões, uma vez que só temos conhecimento da que foi paga a Alexandra Reis. “Também não responde qual é o responsável pela definição da indeminização a Alexandra Reis, apesar de sabermos que o ex-ministro admitiu, e também não conseguimos perceber onde estão os 3,2 mil milhões que os portugueses investiram na companhia aérea, porque o relatório nas suas conclusões não exemplifica de que forma esse dinheiro está a ser gerido, por isso há muitas perguntas por responder.” Não obstante o deputado exalta que o relatório não oculta as audições e o trabalho da comissão, “que foi público”.
Momentos depois, revelou não se sentir surpreso relativamente à exoneração do secretário de estado da defesa, Mário Capitão Ferreira, porque está “na comissão de defesa há um ano e três meses”, e o ex. secretário “é uma pessoa com um percurso na defesa nacional, e nas indústrias da defesa nacional”, no entanto “nos últimos anos houve um crescente de casos onde os denominadores comuns eram sempre Alberto Coelho e de Marco Capitão Ferreira.”
Texto: Ana Castro
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