Homens fracos…

Por: Carlos Matos

Numa conversa entre amigos, alguém mostrou preocupação com o futuro dos netos. Outros não compreendiam quais os motivos que estão na origem da irresponsabilidade e qualidade zero dos nossos políticos.

Serão diversos os fatores, mas nesse momento partilhei um pensamento, que desconheço a sua origem. Todavia pode ajudar a compreender o momento e que não é novo. Cito: “tempos difíceis criam homens fortes, homens fortes criam tempos fáceis. Tempos fáceis criam homens fracos, homens fracos criam tempos difíceis.” E se trocássemos a palavra homens por políticos? Encaixava como uma luva, diz o povo.

Do fundo do meu modesto conhecimento, acredito que reside aí raiz do problema. O país está a caminhar para o abismo aceleradamente. Aliás, julgo estarmos já ao nível da Venezuela, onde nada funciona. Até ver, por cá, a democracia ainda se chama assim, mas não sei por quanto tempo.

Gostava de saber o que se passa com o dinheiro do PRR. Quais os partidos e as pessoas que fazem parte dessa mesa de distribuição; quanto dinheiro foi investido; em que foi investido; quais os critérios para os ajustes diretos… O que se passará, neste momento, nas nossas costas e que poderá ser investigado futuramente? Estou convencido que dessa investigação nada resultará, visto que as leis devem estar ajustadas à situação.

Tivemos conhecimento, há poucos dias, de um caso absolutamente chocante, neste país onde cerca de 30 ou 40% de pessoas a recebem o ordenado mínimo. É simples: uma “madama” saiu de uma empresa pública com uma indeminização de meio milhão de euros. Passado um mês foi nomeada para a presidência de outra empresa pública. Meio ano depois foi convidada para o Governo.

Segundo a comunicação social, essa pessoa tinha pedido, com toda a naturalidade, uma indeminização duas vezes superior. Mas se ela reclamou os meses de vencimento até final de contrato, faz algum sentido receber o dinheiro, visto que foi trabalhar novamente para uma empresa pública? É correto estar a receber dois altos salários? Mais, está escrito, cito de novo a imprensa, que foi declarado à CMVM que saiu a seu pedido da TAP. Se assim foi, não teria qualquer direito a indeminização. E deveria perdê-lo a partir do momento que foi contratada para o novo organismo do Estado, pago por todos. Moralmente não o devia receber, pois a empresa que a contratou está em profunda crise e recebeu 3,2 Milhões de euros dos impostos dos portugueses.

É uma imoralidade! Quantos altos cargos do Estado vivem bem à custa desta imoralidade, muitos deles incompetentes. O partido do Governo, que se diz do povo, reclama os valores de abril e apregoa a moralidade e valores socias, mais parece uma agência de bons empregos!

E o povo, que na sua maioria trabalha e recebe um ordenado e continua pobre, o que faz? Nada. Ainda admira este “chico espertismo”, pois se houvesse eleições hoje, os mesmos ganhavam! E é esta iliteracia que os políticos alimentam para conseguirem permanecer no poder.

Um bom ano de 2023!

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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